Se palavras pudessem dizer
se pudessem alcançar
o que só o som do vento
o gosto da água que cai nos olhos e escorre pela boca tem
se pudessem se expandir, criar ventos
ir voando pra bem longe
levando consigo todas as cores
os sabores, as dores e os prazeres
desse momento onde não encontro corpo em mim que me sustente
onde a pessoa no espelho se encontra tão diferente quanto o externo tenta exteriorizar.
Um certo traço de melancolia se põe em forma,
se põe em mim,
se veste e fica.
Onde não há comum,
onde o reconhecimento se dissipa
a identificação se desidentifica.
Só sobrou ondas, só sobrou mar e água…
só água.